O pregador não pode transformar vidas por meio de "eloquente ouvir dizer". Ele não pode partilhar o que não possui, nem revelar o que não viu. Não pode ganhar outros para uma fé com a qual ele próprio não se comprometeu plenamente. Como os apóstolos, ele deve ser capaz de testificar: "Nós cremos, por isso também falamos" (2 Co 4:13). Quando ele expõe "as Escrituras" (Lc 24:32) para o seu povo, deve estar em plena sintonia com o propósito e espírito da Bíblia. Deve reverenciá-la, amá-la, vivê-la, se há de partilhá-la proveitosamente com outros. "Assim será a palavra que sair da minha boca, não voltará para mim vazia" (Is 55:11). Sempre haverá quem ouça o ministro fiel que declara humilde e inteligentemente, e com evidente sinceridade e boa vontade: "Assim diz o Senhor!" Deus honra a Sua Palavra. Os pregadores podem tender a ficar desanimados quando vêem quanto da sua pregação passa sem receber atenção; mas muito pregador seria vigorosamente reanimado se pudesse saber tudo que vai pelos corações de um auditório aparentemente impassível quando expõe com fidelidade e zelo a Palavra de Deus. Até mesmo aquele ímpio rei Zedequias não passou sem ser afetado pela pregação de Jeremias. Conquanto tivesse consentido na perseguição do profeta, quando lhe chegou a trevosa hora da sua extremidade, ansiosamente perguntou a Jeremias: "Há alguma palavra do Senhor?" (Jr 37:17).
Pregação Expositiva, Charles W. Koller
Ed. Mundo Cristão, p.13